Tem mais de 40 anos e quer começar a fazer musculação? Conheça algumas dicas para iniciar o treinamento de maneira correta e obter bons resultados!
É inevitável dizer que, nos dias atuais, cada vez mais cedo a preocupação com a qualidade de vida e com a estética
passa a ser um dos patamares fundamentais na vida dos indivíduos, na
medida em que, observando não só a crescente inserção da mídia pela boa
forma, nos últimos anos, passou-se a ter uma vida cada vez mais
turbulenta e agitada, comprometendo assim desde aspectos básicos e
fundamentais até aspectos antes tidos como secundários. Desta forma,
frente a tantas novas informações fica cada vez mais fácil iniciar não
um tratamento ou uma tentativa de retardamento dos danos já acontecidos
no corpo, mas sim, uma prevenção, tornando assim a eficácia de todos
esses processos muito mais evidente.
Apesar dessa teórica melhoria pela
informação e pelo que se tem hoje buscado, alguns indivíduos que não
pertenceram em sua juventude a essa época acabaram por adentrar neste
novo seguimento contemporâneo de vida, ou seja, passaram a obter as
mesmas exigências (e até muitas vezes maiores do que as de jovens pela
própria responsabilidade que tende a crescer com o passar dos anos) sem,
por conseguinte, ter os mesmos hábitos preventivos, incluindo desde a
alimentação saudável até a prática de atividades físicas devidamente
individualizada e orientada por bons profissionais. Desta forma,
voluntariamente ou involuntariamente, frente a essa situação
assustadora, muitos começam a procurar novas diretrizes a fim de
retardar esses danos ou até mesmo de simplesmente buscar uma qualidade
de vida e/ou estética melhor (es).
Mas, seja
por questão de saúde ou simplesmente por busca de algo melhor, será que
existem alguns cuidados, bem como será que existem formas de agir
diferente com esses indivíduos ou será que, simplesmente, eles tenderão a
ter progressos muito inferiores a de pessoas mais jovens? Depois dos 40
é possível obter bons resultados com a prática de atividades físicas e,
mais precisamente com a prática de musculação?
A mudança de uma vida
Começar depois de relativamente tarde e,
principalmente, mudar hábitos já consolidados por anos não é
absolutamente tão fácil assim. Obviamente, é necessário muita determinação
e, principalmente devida orientação para que, em primeiro lugar, não se
perca tempo, em segundo, para que não haja quebra no seguimento do
planejamento por conta de algum fracasso ou por falta de resultados e,
principalmente, para fazer valer a pena todo o esforço investido, tanto
em quesitos psicológicos, quanto sociais, monetários e, por que não
dizer ainda, de autoestima?
Muitos se dão conta que a prática da
atividade física é fundamental quando, realmente encontram-se em um
estado já avançado de algum prejuízo na saúde como dislipidemias,
doenças cardiovasculares, falta de ânimo, queda hormonal, entre outros.
Entretanto, apesar das dificuldades, isso não é motivo para desanimar. A boa notícia é que é possível obter resultados ótimos após os 40 anos
e, com muita dedicação, até mesmo MUITO melhor do que resultados
obtidos por pífios musculadores de idade inferior. O que definirá
realmente o sucesso no progresso é a determinação e a BUSCA por esses
resultados: Em outras palavras é o “querer”. Portanto, não desanime! A
mudança começa JÁ!
Como deve ser a nutrição?
Diferente do que muitos costumam fazer
ao iniciar o planejamento de uma mudança de hábitos de vida, iniciando a
prática de atividades físicas, costumo dizer que, antes disso é necessário traçar um alicerce
para que elas possam ser efetivadas da melhor forma possível, isto é,
precisamos de uma combustão inicial para iniciar essa “partida”.
Simplesmente diminuir a “cervejinha”,
para de comer o “bacon de final de semana” ou os snacks do dia-a-dia não
é suficiente para obter resultados realmente satisfatórios. Faz-se
necessário uma especificidade nutricional cuidadosamente avaliada.
Assim, buscando novos hábitos nutricionais (hábitos realmente significativos), o primeiro fator o qual o indivíduo deve se importar é com o consumo proteico,
uma vez que, com o passar dos anos a tendência para o quadro de
sarcopenia tende a ser maior, elevando os riscos de perder massa
muscular facilmente. Além disso, a proteína será substrato fundamental
para a reconstrução e supercompensação dos tecidos diversos do corpo no
turn over proteico.
Em segundo patamar, os lipídios merecerão enfoque no quesito energético
por dois principais motivos: São, em grande parte matéria prima para
síntese hormonal, em especial de hormônios esteroides; Servirão como
combustível com menores riscos de gerar gordura corpórea e, por
conseguinte, ainda auxiliar em sua utilização como energia. Observa-se
uma necessidade especial para os ácidos graxos essenciais,
principalmente o Ômega-3, o qual vem sendo associado a aumentos na
síntese hormonal, aumento no controle da menopausa, diminuição dos
radicais livres, de doenças cardiovasculares e etc.
Por fim, o restante da dieta deverá ser complementado com os carboidratos,
os quais fornecerão energia principalmente nos momentos precedentes e
sucedentes do treino. Estes, normalmente deverão vir de fontes complexas
e com um teor de fibras relativo, visto mitos problemas de constipação
intestinal obtidos nessa idade.
Os micronutrientes,
merecem bastante atenção: Atendendo necessidades nutricionais que
variarão em grande forma entre homens e mulheres, esses deverão buscar
seguimentos para obter e/ou suplementarem-se destes. Por exemplo, homens
necessitarão de maiores quantidades de zinco, enquanto mulheres, de
cálcio. A vitamina D3 ainda, pode ajudar ambos os sexos tanto em termos
de saúde (em especial da parte óssea) quanto em termos ergogênicos.
Suplementos podem ser grandes aliados
por dois principais motivos: O primeiro é que, normalmente em uma vida
agitada, necessitaremos de praticidade para esses indivíduos. Em
segundo, porque se as necessidades deverão ser precisamente supridas, há
a necessidade de utilizar o que não conseguimos obter (ou não
conseguimos em quantidades suficientes) na dieta. Normalmente, esses
também podem ser utilizados de maneira ergogênica, ou seja, procurando
elevar a performance. É o caso do ômega-3, da Vitamina D3 (que tem sido
associada não com com parâmetros do metabolismo ósseo, mas também, com o
metabolismo da testosterona, elevando de maneira considerável sua
produção que, inclusive pode ser menor nessa idade (e, normalmente, de
fato é!)) e etc.
Por fim, jamais deve-se desconsiderar a hidratação,
em especial para as mulheres que costumam sofrer muita retenção hídrica
por fatores hormonais. Essa hidratação envolve a ingestão de uma
considerável quantidade de líquidos, mas, não apenas isso: A necessidade do consumo equilibrado de eletrólitos também é mais do que fundamental, garantindo assim um equilíbrio hidroeletroídrico.
Chegou a hora do treino: E agora, como escolher o lugar certo e o caminho certo?
A tão esperada hora de iniciar os
treinamentos chega e, juntamente a ela, chegam também as inúmeras
dúvidas: E agora, como saber qual caminho seguir?
Em primeira instância, deve-se avaliar
não somente as necessidades específicas de uma pessoa eutrófica, com a
saúde em dia, independente da idade. Faz-se necessário ir além:
Principalmente após os 40, é fundamental que sejam observadas algumas possíveis restrições,
por patogenia ou necessidade de algum tipo de adaptação. Mas, essa
adaptação não quer dizer que o treinamento não deva ser suficientemente
intenso, mas sim, que deve ser adaptado para ser feito da melhor maneira
possível.
Deve-se considerar, em especial o
trabalho de musculação com pesos: Obviamente, o trabalho aeróbio não só
pode, como, diria eu, deve existir. Porém, apesar desse fato, ele não
deve ser de maior enfoque do que o trabalho de musculação por alguns
motivos:
- Normalmente, após os 40, inicia-se o processo de sarcopenia;
– A questão hormonal tende a ser menor, necessitando de maiores estímulos;
– Faz-se necessário exercícios que possam fortalecer juntas, tendões e articulações;
- Buscam-se exercícios com menor grau de impacto nas articulações;
– Tanto a manutenção quanto o ganho de massa muscular são relativamente mais difíceis e menores também.
– A questão hormonal tende a ser menor, necessitando de maiores estímulos;
– Faz-se necessário exercícios que possam fortalecer juntas, tendões e articulações;
- Buscam-se exercícios com menor grau de impacto nas articulações;
– Tanto a manutenção quanto o ganho de massa muscular são relativamente mais difíceis e menores também.
Um outro fator ainda a ser observado, frente à atividade física orientada é a flexibilidade.
Para tanto, testes antes do início da atividade física devem ser
avaliados, buscando um bom progresso semanal. Por decorrência dos
próprios anos, os desgastes nos filamentos de actina e miosina podem
fazer com que o corpo perca parte de sua capacidade elástica, sendo, se
possível, necessário alongamentos, pelo menos, após os treinamentos (e,
alongamentos bem-feitos).
Vale salientar que procura-se não realizar alongamentos intensos antes dos treinamentos.
Como iniciar os treinamentos de musculação
Muitos dos indivíduos dessa idade ao
entrarem em uma academia, não estão, na realidade, entrando em um lugar
muito novo, na medida em que, em sua grande parte, já tiveram alguma
experiência relacionada à esse meio, mesmo que de curtíssimo período.
Diferente do que médicos prescreviam no
passado, orientando seus pacientes a “fazerem caminhadas”, por exemplo,
hoje, tem-se fundamentos e diretrizes bem mais importantes do que
simplesmente isso.
Por existirem condições específicas o ideal é primeiramente fazer uma avaliação médica para que esta possa o deixar ciente e evidentemente aparte de seu estado de saúde, evitando assim eventuais contratempos.
Em segunda instância, buscar devido aporte nutricional:
Depois dos 40, o metabolismo passa por mudanças intermináveis, diria eu
tanto quanto na adolescência. Digamos que, a fase dos 40 aos 50, é a
“adolescência para a terceira idade”. Assim, o aporte nutricional deve
ser específico e avaliado para cada indivíduo, principalmente em termos
de micronutrientes e, mais ainda estes para o sexo feminino.
Por fim, obviamente, buscar profissionais devidamente qualificados para promover a atividade física conforme o objetivo, as possibilidades e, claro, devidas restrições (caso haja).
Jamais tente iniciar os treinamentos sozinho. Isso pode acarretar mais malefícios do que benefícios.
Conclusão:
Como vimos no artigo, apesar de muitas
pessoas ligarem atividades físicas aos jovens, ela também pode ser
praticada por quem já deixou a juventude faz tempo, está além dos 40
anos, mas agora esta querendo colocar a saúde em dia, se prevenir de
alguma doença ou até mesmo tratar algo que já tenha. E como vimos
também, é possível obter resultados extremamente gratificantes e satisfatórios observando parâmetros específicos com a idade e também com as necessidades individuais da pessoa.
Para tanto, o auxílio profissional (se
possível, interdisciplinar, como de médico, nutricionista e educador
físico), é um dos principais itens a ser previamente seguido, evitando
assim algum tipo de contratempo como uma lesão ou a simples não obtenção
de resultados satisfatoriamente compensantes.
Sejam corajosos e saibam que nunca é tarde para “recomeçar”!
Bons treinos!
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